O que quer que aconteça, não pode mudar uma coisa. Se sou uma princesa em trapos e andrajos, posso ser uma princesa por dentro. Seria fácil ser princesa se eu estivesse vestida com tecido de fios de ouro, mas é um triunfo ainda maior ser princesa o tempo todo, sem ninguem saber.


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sábado, 26 de março de 2011

Atravessar

Meu sonho era parecer mais velha. Ser neurótica, chata e anti-social não tem me ajudado. Não, eu não to de olho na aposentadoria enorme que dão aqui no Brasil, nem furar fila na frente do galerê, não é isso. É que eu ando precisando ser levada em consideração, a sério. Essa cara de criança começou a estar incompatível com o que me tornei, com todos os meus wishes. Exijo uma plástica, me insere umas rugas, uns pés de galinha que é pra ver se o mundo pára pra me ouvir. 

São 20 anos, sim, grande coisa, mas não são quaisquer vinte anos, hellou, eu estava aqui vivendo eles todos. Aprendendo todo dia, quebrando essa cara de bumbum de nenem. Chega de discriminação com a minha embalagem. Sério, já chega. O próximo que me avaliar torto depois que ouvir a palavra vinte, vai ganhar um desaforo bem grande, bem bonito. Eu vou começar a brigar pelo que eu sei, pelo que já vivi e deixar de sorrir amarelo quando dizem que eu ainda sou novinha. Porque tem tanta gente com experiência fazendo besteira por aí.

É claro que eu tenho que contribuir, retirar bicos, arrumar a postura, por uns saltos, vigiar o tom de voz. Afinal, o que é mesmo ser um jovem adulto?  Você tem responsabilidades pra dedéu, mas todo mundo espera que você faça uma merda bem grande algo errado no final. Não me atravessa, e eu não vou mais tentar deixar me atravessar. Já deu. Cresci.

Au revoir pré-julgamentos, pré-julgadores, vão a m.

domingo, 13 de março de 2011

To be me.

"Seja eu e por favor veja o que dá pra fazer com isso. Porque eu não sei."
Tati Bernardi



 Os outros escritores assim... sempre salvando a minha vida de mim, quando eu não sei como escrever aquilo que gostaria de dizer e não digo. Nunca digo.

sábado, 5 de março de 2011

2007, 2008.

Mas vamos aproveitar a criatividade antiga né? Enquanto a luz no notebook ainda brilhar filosofei.
Texto retirado de uma folha de fichário do ursinho pooh.

Eu sou impulsiva eu já estou menos impulsiva. Acho graça do normal. Me perco nos números, mas aprendo todos os dias novas fórmulas de palavras, elas são equações exatas, que as vezes dividem e por outras excluem, subtraem. Sinto falta de coisas que vêm na minha cabeça, flashes do que não vivi. Acordo pra um dia de cada vez. Procuro as coisas certas quando tenho certeza que não quero as erradas. Eu não penso diferente.

Penso estranho, pra frente. Deve ser culpa do imediatismo acelerado nível 5 em que funciona minha mente e meu coração. As vezes gasto tempo demais comigo, acho que me conhecer deve ser fácil não, nem isso tem sido, difícil é conviver e aguentar as entrelinhas, porque tem que gostar das minhas unhas meio curtas de tanto roer quanto estou nervosa, de todos os quilos que tenho no corpo, da cor loiro cobre/cinza/dourado natural do meu cabelo. Amar o bico enorme que faço quando não ganho o que peço, dos risos carregados de falta de ar (asma), das falas carregadas de respostas rápidas, da falta de vontade de me vestir direito, de pentear o cabelo direito, de detestar estudar obrigada sobre coisas que gosto, do completo desligamento que tenho do mundo. 

E tudo o mais, porque sempre tem um tudo o mais. Eu mesma tenho vários.

Current status: Definição atual de vida: um vidro, bem grande e embaçado.