O que quer que aconteça, não pode mudar uma coisa. Se sou uma princesa em trapos e andrajos, posso ser uma princesa por dentro. Seria fácil ser princesa se eu estivesse vestida com tecido de fios de ouro, mas é um triunfo ainda maior ser princesa o tempo todo, sem ninguem saber.


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sábado, 10 de setembro de 2011

Detachment

Eu achei que a melhor tradução para o desapego era o sossego. E é, só que tem sossego demais. Me vi obcecada pelo desapego, ensinando mamãe que era a melhor coisa para se evitar confusões, se preservar. Me encasulei, perdi as melhores fotos, me ausentei dos maiores dias. Me afastei das pessoas. Escolhi viver comigo e meu umbigo por proteção, como se eu realmente tivesse um nome, uma marca registrada que precisasse de zelo.

E as pessoas que ficam falando que o desapego é se amar. Não é se amar que nada, viver pra si, e é uma grande forma de egoísmo. E o meu precisa ser adestrado e aprender a dar a patinha. É tão difícil perceber quando se está na obsessão pelo desapego, pois você está sucumbido na idéia de que aquilo é a melhor de todas as coisas. Você fica leve e livre de preocupações, seu nome está lá guardado na redoma embaçada com a flor caindo totalmente the beauty and the beast. Totally. Tão fechado em um mundo com cores fracas, e a gente enxerga sim o mundo lá de fora, mas não pode ver que as cores são tão mais nítidas.

Eu não sei mais quanto vou me sentir pagando pelo meu desapego sem medida. Mas gostaria de estar nas fotos e nas conversas e até nas pequenas confusões de novo. Não sei por quê mas é assim que me sinto no momento.
Para apagar marcas, é preciso desapegar-se.
E para cultivar o desapego é preciso o primeiro passo, a primeira reza e o último beijo...
É preciso fechar os olhos e parar de sentir com o coração. Camila Custodio
Então eu parei de usar meu coração?